Pontos fracos dos Fornos Móveis
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Por Antônio Pimenta | Imagens: Antônio Pimenta
Fonte: Revista Anicer
Os fornos móveis metálicos têm sido construídos cada vez mais nas indústrias de cerâmica vermelha no Brasil. É quase que uma unanimidade: a maioria dos empresários do setor quer construir um, mas muitos se assustam com o investimento e incertezas tecnológicas. Além disso, outros não querem mesmo, tendo convicção de que fornos tipo túnel, Cedan-câmara e outros são muito melhores, entre outros fatores. Existem até preferências regionais, onde se utilizam determinado tipo de forno na maioria das empresas locais.
Desenvolvido no final do século passado por um brasileiro na Colômbia, o forno móvel começou a ser construído no Brasil no início deste século e hoje o encontramos em inúmeras regiões, queimando telhas, tijolos e blocos.
Comparando com outros fornos, os fornos móveis têm um baixo consumo de combustíveis, queima rápida e excelente aproveitamento dos produtos queimados. Além disso, propiciam um ambiente mais agradável aos trabalhadores, que não precisam entrar em fornos quentes para carregar e descarregar, nem se utilizar dos ventiladores de resfriamento. A mecanização de carregamento e descarregamento se limita a pacotes carregados por empilhadeiras, esteiras e sistemas semelhantes a ponte rolante.
É um forno intermitente, cuja principal característica é sua construção com estrutura metálica revestida com manta cerâmica – leve, de apenas 15 cm de espessura, e que isola muito mais que grossas paredes de outros fornos intermitentes. O calor não absorvido pela manta cerâmica vai para a carga a ser queimada.
Algumas empresas consagradas oferecem a manta cerâmica, com fornos em operação há mais de 18 anos. Bem construídas e cuidadas, a manta é extremamente durável. O forno aceita diversos tipos de combustíveis e total mecanização do sistema de queima. Em outra matéria, ou para quem se interessar, posso passar vários exemplos de fornos móveis com excelente desempenho. No entanto, existem aqueles casos mal resolvidos, com problemas até crônicos, não diretamente ligados ao conceito do forno móvel, mas por projetos e construções equivocados, além do uso incorreto.
Pontos Fracos dos Fornos Móveis
Para quem já utiliza um forno móvel ou pretende estudar sua aquisição, ficam aqui os alertas dos pontos fracos destes, que também servem para outros tipos de fornos:
Fornalhas: áreas de intensa movimentação de combustíveis e gases, temperaturas elevadas e erros na escolha destas em função dos tipos de combustíveis utilizados. Este ponto requer muita atenção e estudo, pois um projeto com materiais de baixa qualidade e erros nas grelhas, por exemplo, pode comprometer demasiadamente a boa combustão e desgastar prematuramente as fornalhas, gerando contínuas manutenções.
Sistemas de exaustão: outro ponto muito crítico e de pouco conhecimento são os canais subdimensionados, chaminés enormes que não resolvem, além de sistemas de monitoramento de temperatura e pressão inexistentes (no caso da exaustão). Além disso, o deprimômetro ainda é um instrumento com baixa utilização e compreensão. Dessa forma, erros neste sistema podem resultar em queimas prolongadas e defeitos nos produtos queimados.
Em meu livro, Cerâmica Vermelha no Brasil, lançado em 2023, o Capítulo 5 – Queima – conta com mais de setenta páginas. Neste capítulo, detalhamos a queima em si, os combustíveis e os fornos utilizados no Brasil, apresentando exemplos.
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Antônio Carlos Pimenta
Técnico em cerâmica pelo Senai/SP, administrador de empresas e Consultor Técnico e da Qualidade.